Esta tarde, num momento de ócio, sentei-me a fazer um puzzle, uma das minhas actividades favoritas quando, no deambular dos meus pensamentos me apercebi da existência da solidão.
Não é uma solidão desacompanhada, é apenas uma solidão.
E creio que só agora me apercebi dessa ausência.
Acontecimentos foram pondo a nu as minhas fragilidades, deixaram marcas que o ócio de verão revelou.
No entanto, continuo pouco disposta a cedências patetas que me garantam o calor da companhia para o inverno que se aproxima.
Nem tão pouco pretendo fazer a apologia da independência.
Apenas constato as milhas que estabeleci ao longo dos anos entre mim e tantos outros. Bem o sei.
Assim, vou juntando as peças do puzzle e procurando, no desenho construído, uma forma de me habituar a esta solidão.