Estranha palavra que remete para a ideia de um pousar repetido.
Um pousar de corpo que leva a cabeça a múltiplos e súbitos pousios, à maneira precisa de pardal irrequieto.
Descobrimos cantos que julgávamos resolvidos e revemos os por resolver.
Em momentos de sorte a revisão leva a concluir que sim, aquele é um assunto arrumado.
E assim vamos de pouso em repouso até o cansaço tomar conta de nós e fecharmos de novo o acesso aos recantos com uma qualquer chave, natural ou química.
A quem tem mais de 50 chamamos cotas. Pré-velhos. Como a esperança de vida aumentou muito, já não são velhos. Mas...
Têm indubitavelmente conhecimentos, mas desactualizados.
O andar mais lento, de quem percebe que as corridas só servem para cansar, é entendido como perda de força e energia.
Desinveste-se.
Não se pensa neles como potencial para o trabalho, para papéis activos e inovadores, para relações, de qualquer género, fora de padrões preestabelecidos para cinquentões.
E isto choca, melhor, zanga-me mais quando sei que esta atitude parte de quem já está nessa idade, alimentando assim a sua própria desvalorização. Como se achassem que estarem rodeados de jovem fosse uma espécie de vacina.
Dando desta forma o exemplo prático indicações para a forma que eles próprios devem ser tratados. Com a deferência devida aos velhos a quem não se reconhece o valor actual.