A noite que desejo
Disseste-me para ter a noite que desejava. Crueldade absoluta!
Como se tal fosse possível!
Para que acontecesse, o nosso tempo teria que deixar de ser contado em minutos ou horas, e sim em meses ou anos.
Os sonhos seriam o retrato dos meus dias, e esses seriam iguais aos sonhos que já não tenho.
A distância... essa não existiria, ultrapassada por uma qualquer manobra dum desses deuses em que não acredito.
Deuses esses que em alternativa me poderiam dar o bom senso de esquecer, de partir, de deixar o que não tenho.
Talvez num desses casos conseguisse a noite definitiva dos meus desejos.
E a lua deixasse de espreitar por entre as árvores, a desafiar novos sonhos e desejos.