A ti.
Estás inscrito nas palavras e nos sentidos,
Nos sonhos e nas realidades.
Entre dúvidas, pressentimentos, medos
Na ausência de proximidades;
Enquanto te pressinto as distâncias,
As traições, as fugas, as veleidades,
E todo o meu ser se indigna,
Se transtorna e da razão não aceita directivas;
Ávida de ti, do teu toque, da tua afeição,
Farta do que não quero sentir,
Acabo por dizer perante o mundo,
Aquilo que sei que nunca pensaste ouvir:
Sou tua, como tu já foste meu.
És dono de cada pensamento,
De cada momento,
De cada suspiro que este meu coração dá,
Cravado pelos espinhos da rosa,
Que a tua mão, um dia, me ofereceu.
Se mesmo assim não entendes,
Se duvidas do que quero dizer,
Nada mais me resta senão clarificar:
Que outra coisa pode ser isto, que não amor?