Os sapatos
No caminho, junto de um caixote de lixo, uma cadeira velha.
Sobre a cadeira, uns sapatos brilhantes, ainda em bom estado.
Sorrio. O sonho de uma rapariga, uma ocasião para usar uns sapatos assim.
Mas, ali pousados naquela cadeira, aqueles sapatos mais parecem um sonho abandonado.
Deixados numa espécie de convite a quem passa para que se sente, os experimente, os leve.
Alguém que calce o sonho de que um outro alguém desistiu.
Quem experimentará os meus?