Saudades
Por vezes é um aroma,uma data, ou uma música.
Bate em cheio (e bater é a expressão certa) e tudo volta à memória.
Os sorrisos, as conversas de olhos brilhantes, os debates de ideias e os planos.
E dentro de mim parece, de novo, desatar-se uma torrente.
Incontrolável.
As saudades, fortes, invadem-me a alma, os olhos, enquanto me esvaziam o coração.
Há dois anos, despedimo-nos com um até amanhã que nunca chegou.
Os planos ficaram no ar. As promessas que fiz só parcialmente cumpridas.
E um espaço em branco na minha amizade.
A maior tolice: reinseri o teu número no meu telemóvel, por me parecer inconcebível aquele vazio.
E, por vezes, ao domingo à noite, ainda espero o teu telefonema para combinarmos os nossos afazeres da semana.
Até quando?