sem título
Dias como os de hoje, em que parece que o coração fica pequeno, pequeno, deixam-me cansada.
Apetece chorar amarguras de anos, acumuladas dentro de mim, ao longo de anos... dias... segundos.
Mas as lágrimas não caem, teimam em escorrer por dentro, mingando o coração a alimentando amarguras.
Se ao menos corressem livremente.
A tranquilidade que não seria libertar tudo isto.
Sentir-lhes o sal a queimar a pele por onde passam.
A pressão a diminuir e a ansiedade a desvanecer-se.
Mas teimam em apenas aflorar, para, timidamente se recolherem.
Tímidas até perante a almofada, que as espera todas as noites.
Como se esperassem alguém que as seque, para se deixarem discorrer por entre as rugas dos meus traços.