Sono induzido
Deitada na cama, no escuro do quarto. O corpo a estranhar este calor súbito que se instalou.
Penso no dia, nos vivos que me acompanham, nos mortos que me visitam em sonhos.
Deixo a dormência espalhar-se lentamente, enquanto espero que o comprimido para dormir faça efeito e me transporte para outras realidades.
Numa luta entre esquecimento e vontade de recordar, imagino mundos paralelos onde todos nos cruzamos, onde o tempo e o espaço não importa.
Aguardo que o sonho tome mais as rédeas, cale os pensamentos e desperte a ilusão dum sono induzido.
Em silêncio, até amanhã, tudo será real de novo. Por uma vez serei mais do que estarei. Pelo menos até ao toque do despertador.